A questão da popularidade de Jesus no primeiro século é complexa e algumas pessoas acreditam que Jesus era tão conhecido e reverenciado naquela época quanto é hoje. Outros argumentam que vários fatores contribuíram para a falta de reconhecimento de Jesus durante sua vida.
A história de Jesus é atraente para muitas pessoas que a enxergam como o maior exemplo de amor, sacrifício e bondade de Deus. Muitos crentes me contaram como isso mexe com eles e como se sentem inspirados por essa história. É ainda mais poderoso quando você considera o amor de um pai comum por seu filho. No entanto, se pensarmos um pouco mais sobre essa história, alguns problemas começam a surgir.
Alguns cristãos gostam de bater no peito e afirmar isso em bom e alto som. Mas será que o fato da maioria da civilização ocidental ter adotado o calendário gregoriano como padrão, valida a existência ou autenticidade da história cristã?
Quando era criança eu acreditava que a bíblia era o livro mais antigo do mundo e que seus autores tinham sido aqueles narrados em suas páginas. Adão havia começado a anotar em sua agenda e com o passar do tempo seus descendentes continuaram sua escrita, passando por Abraão, pelos profetas e apóstolos. Depois de um tempo de pesquisa eu descobri que não é bem assim. A Bíblia, assim como qualquer livro possui uma história e hoje temos uma boa noção de como ela provavelmente foi escrita.
Se você ler a bíblia procurando lições morais e histórias bonitinhas, é certo que você vai encontrar algumas. Se você procurar um deus bonzinho e amoroso, ele estará lá. Agora, se você ler a bíblia sem nenhum pré conceito do deus abrahâmico, um monstro de proporções inigualáveis se revelará.
Pela milionésima vez eu fui abordado com uma das versões da aposta de Pascal e tive que responder, mais uma vez, a esse argumento. Deixo a seguir uma breve explicação do que esse argumento é e como foi a resposta.
A Aposta de Pascal é uma proposta argumentativa de filosofia apologética criada pelo filósofo, matemático e físico francês do século XVII Blaise Pascal. Ela postula que há mais a ser ganho pela suposição da existência de Deus do que pela não existência de Deus, que uma pessoa racional deveria viver a sua vida de acordo com a perspetiva de que Deus existe, mesmo que seja impossível justificar sua existência pela razão. Ela se apresenta mais ou menos assim:
Antes do século 19 EC, a Bíblia era considerada o livro mais antigo do mundo e suas narrativas eram consideradas completamente originais. Em meados do século XIX, no entanto, museus europeus, bem como instituições acadêmicas e religiosas, patrocinaram escavações na Mesopotâmia para encontrar evidências físicas para corroboração histórica das histórias da Bíblia. Essas escavações encontraram o contrário.
A crença nos deuses é antiga e generalizada. Nosso fascínio por espíritos, fantasmas e deuses certamente antecede a civilização. Hoje, mais de duzentos anos após o Iluminismo e à vista de um possível futuro semelhante a Star Trek, ainda há alguma atração por deuses em todas as sociedades. A crença nos deuses parece ser quase tão parte do ser humano quanto a música e a linguagem. Será que nossa pré disposição à crença foi gravada em nossas mentes pela evolução, por promover uma unidade tribal durante a pré-história? Ou poderia ser simplesmente uma idéia estranha que grudou, ganhou impulso e nunca mais parou? Ainda não podemos dizer com certeza. Uma coisa é clara: “crer” é popular. Tão popular, de fato, que muitas pessoas encontram confirmação para o seu deus no número de seguidores que ele tem.
Algumas das inovações tecnológicas da humanidade são coisas sem as quais teríamos ficado melhor: a prateleira medieval, a bomba atômica e as poções de chumbo em pó vêm à mente. As religiões tendem a inventar idéias ou conceitos, em vez de tecnologias, mas, como qualquer outro empreendimento humano criativo, produzem alguns realmente ruins, juntamente com os bons.
Imagine que seu artista favorito escreveu uma carta para você. Quanto tempo você demoraria para abrir o envelope e ler tudo o que seu ídolo lhe escreveu?