Cristo dividiu a história

Alguns cristãos gostam de bater no peito e afirmar isso em bom e alto som. Mas será que o fato da maioria da civilização ocidental ter adotado o calendário gregoriano como padrão, valida a existência ou autenticidade da história cristã?

Quando era criança eu acreditava que a bíblia era o livro mais antigo do mundo e que seus autores tinham sido aqueles narrados em suas páginas. Adão havia começado a anotar em sua agenda e com o passar do tempo seus descendentes continuaram sua escrita, passando por Abraão, pelos profetas e apóstolos. Depois de um tempo de pesquisa eu descobri que não é bem assim. A Bíblia, assim como qualquer livro possui uma história e hoje temos uma boa noção de como ela provavelmente foi escrita.

Além de descobrir a trivialidade da bíblia, eu percebi que a história cercando àqueles que acreditavam e tentavam seguir sua narrativa, também é cheia de manipulação histórica e conclusões duvidosas. Uma delas é o calendário que hoje utilizamos no nosso dia a dia e depois de uma breve pesquisa percebe-se que não há nada de sobrenatural contido nele.

Calendários nada mais são do que ferramentas para nos ajudar a acomodar nossa contagem de dias sem conflitar com eventos celestes, ou seja. O número da data corresponde com a rotação e translação do planeta, levando em conta todas as suas pequenas variações.

Em 1582, o Papa Gregório XIII, aconselhado pelos astrónomos, decretou que quinta-feira, 4 de Outubro de 1582 seria imediatamente seguido de sexta-feira 15 de Outubro para compensar a diferença acumulada ao longo de séculos entre o calendário Juliano, o calendário vigente até então.

Por ser um “upgrade” em relação ao calendário anterior, o calendário Gregoriano se espalhou lentamente pela Itália, depois por Portugal e por consequência o Brasil, Espanha e os estados católicos alemães. Em 1699, foi adotado pelos estados protestantes alemães; em 1752, pela Inglaterra e suas colônias, incluindo os Estados Unidos e hoje é o sistema de calendário mais popular do mundo.

Mas não foi o papa Gregório quem inventou a numeração dos anos e a divisão temporal entre suposta encarnação de Jesus.

O sistema de numeração de anos usado com a notação da Era Comum (AD/DC) foi criado pelo monge cristão Dionysius Exiguus no ano 525 para substituir o sistema da Era dos Mártires, pois ele não desejava manter a memória de um tirano que perseguia os cristãos. Por ex; a era anterior era conhecida como era Diocleciana e Dionysius não era fã de Diocleciano. O imperador era um conhecido assassino e perseguidor de cristãos. [4] Dionysius tentou então numerar os anos a partir de uma data de referência inicial de sua preferência e se referiu a Encarnação de Jesus para isso. Dionísio rotulou a coluna da tabela em que introduziu a nova era como “Anni Domini Nostri Jesu Christi”.

Portanto podemos ver que a mudança para o calendário Gregoriano e a adoção do sistema numeral anual conhecido como AC/DC ocorreram por consequência política e pessoal e não possuem nenhum peso evidencial para afirmar que isso é uma evidência para a existência de uma divindade.

Fontes:

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