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Isaac Newton e outros gênios eram cristãos, o que te faz pensar que é melhor que eles?

Um dos argumentos na caixinha de ferramenta de alguns crentes modernos é o apelo a autoridade de figuras históricas notoriamente geniais como, por exemplo, Sir Isaac Newton. Ele funciona mais ou menos assim:

Isaac Newton foi um gênio e ele era crente, e você se acha melhor que ele? Acha que sabe de alguma coisa que ele não sabia?

Eles também gostam de citar sua lista de cientistas favoritos para dar a impressão de que os maiores e mais brilhantes cientistas na história eram cristãos. Colocando o ateu no seu “devido lugar”.

Vamos desdobrar esse argumento e ver onde ele nos leva.

Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa clara aqui; É possível ser muito inteligente e acreditar em coisas bizarras por motivos particulares. Newton achava que a alquimia também era real. Perdendo anos da sua vida tentando estudá-la. Ele fez um trabalho brilhante em ótica, mas tentou empurrar a ideia da cor índigo porque sete é um número melhor que seis, por razões supersticiosas. Na verdade, muitas pessoas vivas hoje são intelectualmente mais sofisticadas do que Newton e outros. Newton ficaria surpreso se viajasse no tempo e encontrasse um nerd moderno da 8ª série. O nerd preencheria todas as lacunas que Newton deixou para o divino e seu Deus se reduziria a uma partícula.

Newton nasceu antes de muitas descobertas científicas importantes, o que criou muitas lacunas em sua compreensão que ele atribuiu ao Deus cristão, como a maioria naquela época costumava fazer.

Ele viveu antes de James Hutton revelar a verdadeira idade da Terra, e Darwin mostrar como os seres humanos poderiam surgir sem um “criador”. Não era irracional ser religioso naqueles dias, pois haviam poucas respostas para muitos problemas difíceis e se você vive em uma época em que uma crença é imposta pela ameaça de exclusão social e morte, não é uma crença, é um mecanismo de sobrevivência.

Algumas descobertas importantes após sua morte:

  • O oxigênio foi descoberto em 1774
  • Teoria dos germes em 1861
  • Teoria atômica 1805
  • Teoria evolutiva 1866
  • Teoria das células 1838
  • Teoria das partículas 1964

Cristãos também gostam de exagerar a importância do cristianismo na história, especialmente na ciência. Isso faz com que aqueles que acreditam nessa religião se sintam mais importantes do que outros que não acreditam. Não é ser arrogante explicar ao mundo por que e como as coisas funcionam à medida que as evidências são observadas. Na verdade, eu diria que isso requer humildade.

Grandes arquitetos, pensadores e estudiosos do mundo antigo (incluindo no antigo Egito, Grécia, Roma e Assíria) realizaram descobertas e criaram invenções incríveis antes mesmo do cristianismo existir (2000 anos é um bebê comparado às civilizações antigas datando de até 8.000 anos ou +). Muitos deles eram céticos e nem todos os religiosos eram cristãos.

Não acredito em coisas para as quais não há evidências, independente de quem mais acredite nelas. Isso não me faz melhor ou pior do que ninguém. A popularidade não determina o que é verdade. E tem mais, todas as descobertas e invenções de cientistas e gênios cristãos não foram feitas POR CAUSA DA BÍBLIA. Newton não inventou o cálculo depois de ler João 3:16, tampouco Thomas Edison inventou a lâmpada após ler João 8:12. Essas inovações foram feitas porque eles pensaram fora da caixa, usaram seus cérebros e nos trouxeram todas as inovações que temos hoje.

A humanidade descobriu muito desde a época de Newton, em parte por estar nos ombros de pessoas como ele mas isso não me obriga a aceitar cegamente tudo o que é dito por ele ou por alguém dito mais inteligente que eu. E tem mais, se é para fazer lista, também podemos fazer o mesmo:

  • Stephen Hawking – Ateu
  • Carl Sagan – Agnóstico
  • Albert Einstein – Agnóstico
  • Nicola Tesla – Agnóstico/budista
  • Thomas Edison – Agnóstico

Vou parar por aqui senão não terei espaço para tanto nome.

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“o cristianismo contribuiu muito para a ciência”

Muitos cristãos gostam de afirmar que não existe conflito entre a ciência e sua religião e para ilustrar isso eles gostam de apontar para grandes homens que contribuiram condescobertas científicas mesmo sendo cristãos.

Basta lembrar que as pessoas nos países ocidentais foram social e legalmente pressionadas a aceitar o Cristianismo, especialmente antes de meados do século 20 (na Espanha, essas pressões sócio-legais duraram até 1975). Os ateus e livres-pensadores eram discriminados em instituições de ensino superior e impedidos de exercer suas profissões. No Reino Unido, por exemplo, você não poderia se inscrever na Oxbridge se não assinasse os 39 artigos da Igreja da Inglaterra. Isso ficou conhecido como Test Act, promulgado pela primeira vez em 1673.

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Fé é algo bom

Enquanto alguns crentes tentam produzir evidências para apoiar as alegações da existência de seu deus, outros simplesmente declaram que “fé” é suficiente e deixam por isso mesmo. Nesse contexto, fé é crença em um deus seguro e despreocupado com a lógica ou a razão. É importante separar a “fé” de que um deus existe do tipo de “fé” que se tem em um amigo ou membro da família. O último descreve uma forma de confiança baseada em experiências e lealdades passadas para pessoas que obviamente existem. A fé na existência de um deus também é muito diferente de ter fé de que o sol nascerá amanhã de manhã. Esta última é uma previsão baseada em observações e conhecimentos anteriores sobre o sistema solar. Alguns crentes se fundem ou alternam perfeitamente entre esses significados durante conversas sobre seu deus. Mas são coisas completamente diferentes. Também tenho fé em muitas coisas, mas não na existência de deuses, porque não há nada em que basear essa fé. Tenho fé nos meus filhos, por exemplo, o que significa que acho que eles são bons filhos e farão a coisa certa na maioria das situações. Mas eu não tenho fé que eles existem porque eu não preciso. Eu sei que eles existem porque eu os vi, ouvi e senti a picada amarga de seus pequenos chutes e socos quando brincamos de lutinha.

Muitos crentes não têm vergonha de declarar que “sabem” que seu deus é real simplesmente porque acreditam nisso com muita intensidade. Segundo eles, fé significa acreditar em um deus mesmo que não haja razão para acreditar em um deus. Parece bobagem, mas é assim que a fé opera. É basicamente acreditar sem razão. Apesar do hype, essa não é uma justificativa muito boa para acreditar em um deus ou qualquer outra coisa.

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De onde veio a história do gênesis?

Antes do século 19 EC, a Bíblia era considerada o livro mais antigo do mundo e suas narrativas eram consideradas completamente originais. Em meados do século XIX, no entanto, museus europeus, bem como instituições acadêmicas e religiosas, patrocinaram escavações na Mesopotâmia para encontrar evidências físicas para corroboração histórica das histórias da Bíblia. Essas escavações encontraram o contrário.

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Quase todo mundo no mundo é religioso

A crença nos deuses é antiga e generalizada. Nosso fascínio por espíritos, fantasmas e deuses certamente antecede a civilização. Hoje, mais de duzentos anos após o Iluminismo e à vista de um possível futuro semelhante a Star Trek, ainda há alguma atração por deuses em todas as sociedades. A crença nos deuses parece ser quase tão parte do ser humano quanto a música e a linguagem. Será que nossa pré disposição à crença foi gravada em nossas mentes pela evolução, por promover uma unidade tribal durante a pré-história? Ou poderia ser simplesmente uma idéia estranha que grudou, ganhou impulso e nunca mais parou? Ainda não podemos dizer com certeza. Uma coisa é clara: “crer” é popular. Tão popular, de fato, que muitas pessoas encontram confirmação para o seu deus no número de seguidores que ele tem.

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Páscoa

Judeus e alguns cristãos acreditam que hoje é comemorada a páscoa mas o que é e de onde veio essa ideia?

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A esmagadora maioria dos que se dizem crentes não acreditam de verdade

Imagine que seu artista favorito escreveu uma carta para você. Quanto tempo você demoraria para abrir o envelope e ler tudo o que seu ídolo lhe escreveu?

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Não existe autoridade absoluta quando o assunto é interpretação bíblica

Antes de entrarmos no assunto eu proponho uma pergunta; Tudo que Deus faz(fez) é moralmente correto ou o que ele faz se torna correto por ele ser Deus? (argumento do dono da bola) Ou seja, será que Deus precisaria estar “amarrado” a valores morais e costumes humanos?

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The Walking dead na Bíblia?

Você sabe quantas pessoas a Bíblia diz que foram ressuscitadas dentre os mortos no final de semana da Páscoa?

Quando amigos cristãos me envolvem em um debate sobre a confiabilidade da Bíblia, gosto de fazer essa pergunta para ver o quanto eles conhecem o livro que tanto reverenciam. Uma das marcas do fundamentalismo é a crença de que a Bíblia não pode estar errada, algo que produziu uma infinidade de problemas para a sociedade como um todo.

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O anti-intelectualismo bíblico

Durante toda minha caminhada cristã, sempre tentei manter uma boa relação entre a lógica e minha fé. Mergulhava em estudos bíblicos, aprendia a linguagem original da passagem em questão, estudava apologética, discutia as descobertas com amigos e familiares mais próximos até altas horas da madrugada e prosseguia com a plena convicção de que eu não precisava abandonar meu cérebro na porta da igreja para somente depois do culto me reencontrar com ele. O que não me ocorreu na época e que se tornou claro para mim hoje, é que eu estava lutando contra minha própria religião sem saber.

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