“o cristianismo contribuiu muito para a ciência”

Muitos cristãos gostam de afirmar que não existe conflito entre a ciência e sua religião e para ilustrar isso eles gostam de apontar para grandes homens que contribuiram condescobertas científicas mesmo sendo cristãos.

Basta lembrar que as pessoas nos países ocidentais foram social e legalmente pressionadas a aceitar o Cristianismo, especialmente antes de meados do século 20 (na Espanha, essas pressões sócio-legais duraram até 1975). Os ateus e livres-pensadores eram discriminados em instituições de ensino superior e impedidos de exercer suas profissões. No Reino Unido, por exemplo, você não poderia se inscrever na Oxbridge se não assinasse os 39 artigos da Igreja da Inglaterra. Isso ficou conhecido como Test Act, promulgado pela primeira vez em 1673.

Além de ter o direito de ganhar a vida negado, pessoas acusadas de ateísmo enfrentaram prisão, tortura e até pena de morte, como Étienne Dolet, Lucilio Vanini e Kazimierz Łyszczyński. Até a zombaria da religião cristã era punível com tortura e decapitação, como o que aconteceu com François-Jean de la Barre em 1766.

Na Inglaterra, a pena de morte para o ateísmo foi abolida pelo Ato de Jurisdição Eclesiástica de 1677, embora ateus ainda pudessem ser presos e condenados a trabalhos forçados por blasfêmia até 1921. Na Escócia, Thomas Aikenhead foi executado em 1697 por criticar o Antigo Testamento e chamar Cristo de impostor. A pena de morte para o ateísmo e blasfêmia não foi abolida na Escócia até 1825. O ateísmo e a liberdade de pensamento só ganharam aceitação gradualmente após a publicação de Origem das espécies de Darwin em 1859.

Os cristãos que falam sobre grandes homens da ciência que por acaso são cristãos devem se lembrar que esses homens não tinham outra escolha a não ser ser cristãos, especialmente se valorizavam sua carreira e sua vida. Por exemplo, Leonardo da Vinci certamente não era um cristão (de acordo com seu biógrafo Giorgio Vasari: “O pensamento [de Leonardo] era tão herético que ele não aderia a nenhuma religião, pensando talvez que fosse melhor ser um filósofo do que um Cristão “), no entanto, ele não falava abertamente para que pudesse manter seu emprego como pintor.

Isaac Newton foi um dos maiores exemplos de contribuição científica vinda de um cristão. O fato é que as descobertas científicas de Newton não tornam suas crenças religiosas mais válidas. Newton também era um alquimista. Obviamente, não há verdade por trás da alquimia. O mesmo vale para a religião.

Agora que os cristãos não controlam mais as instituições de ensino superior, vemos que 93% dos cientistas de elite e 73% dos filósofos acadêmicos são ateus. Isso nos mostra que, na ausência de coerção religiosa do Estado, os genuínos buscadores da verdade geralmente rejeitam a crença supersticiosa.

Tradução e adaptação: NTSD
Fonte: reddit/r/trueatheism por u/AlYuj

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